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Prefeitura manda parar demolição de imóvel histórico na Rua Coronel Niederauer

Roberto do Espírito Santo

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Foto: Gabriel Haesbaert (Diário)

Na semana que passou, Santa Maria quase viu um patrimônio abaixo. A residência que foi do tenente-coronel da Brigada Militar José Luiz Silveira estava sendo demolida. Localizada na Rua Coronel Niederauer, o imóvel foi tombado recentemente pelo Conselho Municipal Patrimônio Histórico e Cultural (Comphic). Na última quarta-feira pela manhã, fiscais da prefeitura municipal foram ao local e notificaram os responsáveis para suspender o serviço, mas boa parte da estrutura interna já havia sido derrubada, restando apenas as paredes. 

Em fevereiro, o Comphic solicitou à prefeitura o tombamento do prédio, que foi construído em 1916. A administração municipal então autorizou um tombamento provisório da casa. Ao mesmo tempo, foi encaminhado neste ano, um pedido para demolição da residência, autorizada de forma equivocada pelo executivo municipal, conforme o presidente do Conselho, Fábio Muller.

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Na obra, um dos funcionários que estava recolhendo os andaimes na quarta-feira, informou que o serviço de demolição teria sido autorizado por um engenheiro e que as atividades estavam acontecendo havia cinco dias. A reportagem do Diário tentou ouvir Bolzan, mas não obteve retorno.

O presidente do Comphic relata que estranhou o fato de o prédio ter sido tombado e, mesmo assim, ter sido autorizado a sua demolição pela prefeitura. De acordo com Muller, um imóvel tombado deve ser preservado ao máximo e, quando necessário manutenção, conservação, ou reforma, sua originalidade deve ser respeitada. E qualquer projeto de intervenção tem de ser submetido e aprovado pelo órgão patrimonial, no caso o Comphic.

- Estes procedimentos, de qualquer maneira, não impedem que seja efetuado um projeto que relacione positivamente, o novo com o antigo. Existem vários exemplos no mundo - diz Muller.

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A residência, localizada na Rua Coronel Niederauer, 748, no Bairro Bomfim, foi construída em 1916, e é considerada pelo Patrimônio Histórico como representante de um estilo eclético em Santa Maria. Ela pertenceu a José Luiz Silveira, conhecido como Silveirinha, que era Tenente-Coronel da Brigada Militar, além de ser vinculado à Maçonaria. Silveirinha nasceu em 26 de agosto de 1909, em Rosário do Sul, na serra do Caverá. Ele também era autor e publicou alguns livros, além de ser membro efetivo da Academia Santa-Mariense de Letras e da Academia Maçônica de Letras. Silveirinha era casado com Santuza Barboza Silveira com quem teve cinco filhos.

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PREFEITURA 
 A prefeitura, por meio de nota, esclareceu que o dono do imóvel foi notificado para que suspendesse "imediatamente" qualquer intervenção no prédio. Conforme a administração municipal, isso se deu em função de que o processo de tombamento do imóvel ainda está em tramitação e é do conhecimento do proprietário. A nota da prefeitura reforça ainda que o município reconhece o "potencial valor histórico do bem" e, por isso, promoveu as ações necessárias à preservação em conjunto com o Conselho Municipal de Patrimônio Histórico e Cultural de Santa Maria, o Comphic. 

A reportagem ligou para o engenheiro responsável pela obra na tarde da última sexta-feira, e, novamente na tarde de domingo, mas ele não atendeu nem retornou as ligações para comentar o assunto.

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